domingo, 7 de novembro de 2010

Quando um primeiro encontro dá errado

Por Priscila do Mal

"Minha história de amoooor / Eu não posso nem contaaaar / Se eu contar, você vai riiiir / E eu sei que vou chorar!"

O subtítulo deste blog sugere "contos e causos de uma vida atribulada". E é justamente de um causo atribulado que se trata este post. Resolvi iniciar minha participação no M&M's (derrete na sua boca e não na sua mão) com esse trechinho de Roberto Carlos, só pra lembrar que às vezes, histórias desastrosas tornam-se um prato cheio para risadas posteriores (ou não), quando são finalmente superadas. E no caso de mulheres, isso pode demoraaaaarrrr....

Estamos carecas de ver na net ou em toda esquina, instruções do tipo "Como agir no primeiro encontro" "...ou não". Desde dicas cômicas no maior estilo Revista Nova, até coisas que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso já deve saber. Mas... E o nervoso? E a carência? Isso é perigoso! Pode botar a perder até a experiência e sisudez da pessoa mais vivida e precavida do mundo. Vou confessar que hoje, lendo essas tais dicas da net, e lembrando do ocorrido, dá uma vergonha.... hehehe

 Pra começar, eu, Priscila Lins Belmonte, sou uma pessoa metida a durona, fria, inatingível, precavida. Mas fico burra quando me apaixono. E assim, tendo saído há quase dois meses de um relacionamento de 1 ano e meio, não havia como não estar fragilizada. Até conhecer Bernie. Um garoto com quase o dobro da minha altura e a metade da minha idade. Exageros à parte, ele, além de lindo, me mostrou uma qualidade que rapidex me tira do sério: a Inteligência Nerdesca.

O primeiro contato no msn foi fabuloso. Conversando sobre assuntos alto-astral, como festas, música, o lugar onde ele mora e coisas que gostamos de fazer, surgiu dele a ideia de me levar pra conhecer diferentes lugares da cidade, para onde eu acabara de mudar. Convite pra sair? Siiiimmm! Eu acabara de terminar um namoro, com o coração ainda todo desmontado, e estava prestes a ter um encontro. Medo.

Um adendo: Eu não era (ainda não sou) habituada a ter encontros! Sempre fui de relacionamentos longos, e que começavam de maneiras que não se encaixavam no padrão moderno atual do século XXI.

A mesma conversa eme-esse-ênica, ainda rendeu um detalhe charmoso: tendo eu dito a ele que estava me arrumando pra sair, ele acompanhou o processo me perguntando como eu estaria vestida, e até ajudou a escolher a cor do batom que eu usaria. Fofo. Na volta da festinha, encontrei no meu celular uma mensagem fofa do dito-cujo, finalizada com "um beijão na linda gata que vc deve estar." Profissional. Tocou justamente no ponto-fraco-mor: a auto-estima! Tem coisa melhor que se sentir admirada e desejada por alguém, ainda mais depois de ter levado um pé-na-bunda recente?

Semanas e mais contatos virtuais depois, lá fomos nós combinar o local: cineminha, e um barzinho com forró pé-de-serra pra poder dançar e conversar à vontade, num bairro charmoso da cidade. Eu já sabia que ele era um verdadeiro dançarino e estava curiosa pra saber da experiência de dançar com um carinha de quase 2 metros, tendo eu pouco mais de 1 metro e meio. Filme escolhido: um de aventura, pra poder agradar a ambos. E eu alegre e saltitante. Até que....

No dia D, à tarde, recebo mensagem do indivíduo dizendo que o carro pifou - Fail #1 - , e que iria pensar em uma alternativa para nós (calma, gente, é apenas um garoto!). Respondi que ele só pensasse se REALMENTE quisesse sair comigo naquele dia (assim, eu descobriria se era ou não balela pra desistir do encontro. Rá!). Ele, fofamente, não desistiu. Horinha marcada, ele me esperando no local combinado, fomos de ônibus (sim, eu queria mesmo sair com ele, hahaha). E tal foi a nossa empolgação na conversa, que erramos a parada - Fail #2 - o que nos fez irmos ao ponto certo, a pé. (¬¬) Detalhe: Eu usando saltos, me atrapalhando toda pra andar numa rua totalmente esburacada, e tendo que correr pra acompanhar os passos dele, que davam 3 do meu. Fofamente, ele me deu o braço para me apoiar, e assim seguimos até o ponto do próximo ônibus.

Eu já me imaginando descabelada e desengonçada da caminhada anterior, me alegrava com o ar-condicionado do shopping. Quando na bilheteria do cinema ficamos sabendo que a sessão por nós escolhida havia sido cancelada devido à superlotação de um outro filme-fenômeno que acabara de estrear - Fail #3 - E que para aquele horário só tinha um filme romântico totalmente diabetegênico - Fail #4 - Só que eu não sabia que era tanto. Se já estávamos lá, né... Fomos ver o bendito. No meio do filme, algumas risadas sem graça, e o máximo foi um carinho na mão direita. Massa.

Barzinhooo! E desta vez de taxi. Com direito a ele abrindo a porta pra mim, e chegando ao local abraçado comigo. Ponto! E mais uma vez aquela conversa instrutiva e empolgante. Me vi apaixonada quando ele começou a falar da fisiologia das Deuteromycotas. E finalmente... O primeiro beijo! E esse quase não acaba mais. Eu fiquei inebriada, e ele com cara de inebriado. Que coisa mais linda. Eu queria beijar somente aquela boca pelo resto da vida. Detalhes à parte, eu esperava o momento certo de catá-lo pra dançar, quando um cheiro de fumaça de cigarro começava a me fazer mal - Fail #5 - Pedi licença, e passei cerca de 1 minuto fora do bar tomando ar puro. Resolvi na volta retocar a maquiagem, ainda meio grogue, e passei um danado de um gloss - Fail #6 (sim, homem normalmente odeia esse troço peguento que a gente acha lindo) - Na volta, eu já não encontrei o mesmo Bernie. Hora de dançar pra salvar a noite.

Mas justo na hora em que fomos dançar, o trio parou de tocar e se despediu - Fail #7 - Como assim? Ele tinha dito que o local funcionava até às 4h, e ainda eram 2 - Fail #8 - !!! Era sexta-feira e o Brasil acabara de ser eliminado da Copa. Vai saber...

Na volta pra casa, um beijo rápido e uma mensagem perguntando se cheguei bem. Respondi, e empolgada que estava, coloquei uns complementos que depois percebi que não deveria - Fail #9 . Ainda, por mais alguns dias, percebi que não tinha ficado à vontade, falado um pouco demais (o nervoso é f***), e meio sem saber o que fazer - Fail #10, que valeu por todos os fails . Logo eu, que sempre fui tão segura! Mas enfim, como vocês sabem, um primeiro encontro que dá errado só dá a chance dos seguintes darem certo se há maturidade e senso de humor das duas partes.

Agora, recebo mais um convite. Será minha segunda experiência nesse sentido, tô com medo sim, não vou mentir... Mas pelo menos agora sei, mais do que nunca, o que NÃO devo fazer! Quando algo já começa errado, melhor adiar e/ou fazer as coisas com mais calma. E o mais importante de tudo: ser sempre você mesma. Não importa se você vai acabar assustando o moleque ou não. Hahaha.

Beeijos!


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